25 maio 2014

Declaração da OMS sobre o risco de propagação internacional do poliovírus selvagem.

No contexto global da iniciativa de erradicação da pólio, o Comitê de Emergência do IHR alertou que a propagação internacional do poliovírus, no momento, constitui um “evento extraordinário” e representa risco de saúde pública para outros Estados Membros. Sendo assim, um resposta internacional coordenada é necessária e foi unânime a avaliação de que o evento apresenta os critérios para Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Os 10 países atualmente afetados localizam-se nas seguintes regiões: Ásia Central, Oriente Médio e África Central. A prioridade apresentada aos países afetados é interromper a transmissão do poliovírus selvagem nas áreas de fronteiras.

Baseado na avaliação de risco dos países afetados, o Comitê apresentou à Diretora-Geral da OMS as seguintes recomendações:
1. Países exportadores de poliovírus selvagem: Paquistão, Camarões e Síria - representam risco significativo de exportação do poliovírus em 2014. Para esses países, foram feitas as seguintes recomendações: declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN); garantir a imunização de sua população entre 4 semanas a 12 meses antes de viagens internacionais ou, em caráter de urgência, garantir uma dose da vacina antes do embarque internacional; garantir o Certificado de Vacinação ou Profilaxia de acordo com os termos do Anexo 6 do RSI (2005); manter as medidas de vigilância, prevenção e controle até 6 meses sem exportação de casos e com a documentação completa das atividades de erradicação da doença em seu território.
2. Países infectados com poliovírus selvagem: Afeganistão, Guiné Equatorial, Etiópia, Iraque, Israel, Somália e Nigéria - representam risco de novas exportações do poliovírus em 2014. Para tais países, foram recomendadas as seguintes ações: declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN); incentivar a imunização de sua população entre 4 semanas a 12 meses antes de viagens internacionais ou, em caráter de urgência, garantir uma dose da vacina antes do embarque internacional; garantir um documento oficial apropriado para o registro do estado vacinal; manter as medidas de vigilância, prevenção e controle até 6 meses sem a detecção da transmissão do poliovírus em seu território e apresentar a documentação completa das atividades de erradicação da doença no seu país.

Qualquer país livre de pólio que apresente transmissão do poliovírus selvagem deve seguir as recomendações propostas para o segundo grupo de países.
A Diretora-Geral da OMS acatou a avaliação de risco do Comitê de Emergência do IHR e declarou ESPII em 05/05/2014. As recomendações aos países foram declaradas como Recomendações Temporárias nos termos do RSI (2005) para reduzir a disseminação internacional do poliovírus selvagem.
Informações complementares estão disponíveis em: http://www.who.int/mediacentre/news/statements/2014/polio-20140505/en/

Em 07/05, a OPAS/OMS publicou as considerações para a região das Américas, disponível em: http://bit.ly/1smyIku

O Ministério da Saúde publicou, em 08/05, a nota informativa para esclarecimentos e orientações, conforme segue em anexo.

CIEVS
Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde
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Secretaria de Vigilância em Saúde
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08 maio 2014

Síndrome de pós-pólio é uma segunda batalha para quem teve a doença.

Luciane Evans - 04/05/2014 

 Algumas pessoas que tiveram poliomielite na infância podem enfrentar dores e complicações na vida adulta. Como a pólio foi erradicada, há uma grande desinformação sobre a doença, principalmente no meio médico. 

"A medicina não se preparou para nosso futuro", lamenta Maria Eunice

Só descobri o que tenho por meio da internet”, revolta-se a funcionária pública Maria Eunice Macedo, de 49 anos. Infectada pelo vírus da poliomielite na infância, o que lhe trouxe como sequelas uma perna atrofiada e problemas na coluna, ela, recentemente, começou a sentir dores insuportáveis pelo corpo e diz estar perdendo aos poucos os movimentos do braço esquerdo. Procurou vários especialistas, que não lhe deram um diagnóstico exato. Por sites e conversas com outros portadores da doença, Eunice chegou a conclusão de que sofre da síndrome da pós-poliomielite (SPP). Considerada a segunda batalha de alguns que foram infectados pela pólio, essa nova condição vem carregada de complicações graves aos pacientes e não é conhecida por muitos médicos, o que dificulta ainda mais o tratamento. “A medicina não se preparou para o nosso futuro”, lamenta a funcionária pública.

E ela tem razão. “O estado, a medicina e a sociedade foram omissos em relação a esses pacientes da pólio. Fomos negligentes”, critica o neurologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Acary Souza Bulle Oliveira. Membro fundador da Associação Brasileira da Síndrome do Pós -Pólio, o especialista diz que, com a chegada da vacina no país em 1989 e a erradicação da doença, atualmente os cursos de medicina não falam para os futuros profissionais sobre a poliomielite, ainda que haja muitos pacientes sobreviventes. Segundo Oliveira, há aqueles que tiveram comprometimento dos membros, geralmente inferiores, e carregam sequelas desde leves até graves. Desses, 70% vão enfrentar a segunda batalha e, geralmente, são mulheres que sofreram a poliomielite aos 3 anos de idade.

Mas essas pessoas envelheceram, algumas foram submetidas a cirurgias e todas tiveram que se adaptar às limitações que o vírus trouxe. “São pessoas lutadoras, que foram para o mercado de trabalho e levaram a vida, mesmo com suas dificuldades de locomoção”, comenta Acary. Mas, agora, depois de 30, 40 anos da doença original, para alguns, conforme diz o especialista, os corredores começaram a ficar maiores e as escadas parecem mais altas. “Essa fraqueza mais acentuada não vem sozinha. Ela traz dores, fadiga, transtornos de sono. Essa pessoa se vê mais limitada, e aí há o risco de desenvolver uma depressão e a ansiedade”, acrescenta o neurologista. São esses sintomas que fazem parte da chamada síndrome da pós-poliomielite. “Ninguém sabe, ninguém fala. Para aliviar minha dor, tomo analgésico todos os dias. Você procura um ortopedista e ele fala que houve uma lesão no tendão e pronto”, reclama Maria Eunice.

Definida como uma desordem neurológica, ela produz um conjunto de manifestações clínicas. “Mas não quer dizer que todos que tiveram a poliomielite a terão. Há cinco décadas, as pessoas com poliomielite morriam mais cedo. Hoje em dia, com os avanços da medicina, elas estão vivendo mais, assim como a população em geral. Então, quando essas pessoas chegam aos 40 anos, a síndrome aparece”, afirma a neurologista e presidente da Sociedade Mineira de Neurologia, Rosamaria Peixoto Guimarães. 
 
Essa segunda batalha da pólio tem como sintomas a fraqueza, que pode ser progressiva, fadiga, dor muscular ou articular, nova atrofia muscular, insuficiência respiratória, alterações no sono e intolerância ao frio. Rosamaria destaca, como principais, a fraqueza nos membros já afetados pela pólio, dores musculares, fadiga e cãibra. “A poliomielite, geralmente, causa atrofia nos membros inferiores. A pessoa consegue viver estável muitos anos da sua vida. Quando vem a síndrome, é como se houvesse uma piora”, acrescenta Rosamaria. “Há uma exacerbação das dores musculares, há fraquezas, pode aparecer até mesmo uma dor de cabeça intensa. Todos os sintomas dificultam as atividades diárias do paciente”, comenta o médico fisiatra, reumatologista e o presidente da Associação Brasileira de Medicina Física e de Reabilitação, Jomar de Abreu Cunha.
 
AUSÊNCIA DE ESTATÍSTICAS


Há várias descrições de casos da síndrome pós-pólio (SPP) desde 1875, especialmente relacionados a epidemias que ocorreram na primeira metade do século 20, em várias partes do mundo. Foi, contudo, na década de 1970 e início dos anos 1980 que se observou uma procura crescente de sobreviventes da poliomielite aos serviços de saúde relatando esses novos sintomas, primeiramente, interpretados como de natureza psicológica. Atualmente, não existem estatísticas precisas sobre o número de portadores da SPP no Brasil. Somente em 2010 a enfermidade foi incluída no Catálogo Internacional de Doenças (CID 2010), graças a um trabalho desenvolvido por pesquisadores brasileiros na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Acary Souza Bulle Oliveira é um dos responsáveis pelo ingresso da síndrome na CID, que tem como código o G14. “A pós-pólio não pode ser considerada uma sequela da poliomielite. É uma condição, o que permite à pessoa que sofre com a síndrome se aposentar”, comenta.


QUEM DEVE ESTAR ALERTA PARA A DOENÇA

» Quem teve poliomielite aguda – ou paralisia infantil – quando criança ou adolescente;

» É mais comum que a síndrome pós-pólio se manifeste em pessoas com histórico de poliomielite paralítica grave. Mas aquelas que ficaram com sequelas mínimas, quase imperceptíveis, como um músculo um pouco mais frágil, também podem desenvolver a doença;

» Há casos de pessoas com pós-pólio que tiveram poliomielite, mas não sabiam, pois o vírus não chegou a provocar paralisia. Poucos casos são conhecidos, mas eles existem.

SINTOMAS MAIS COMUNS

Os sinais da doença são semelhantes aos do envelhecimento precoce

» Fraqueza muscular, tanto em músculos afetados previamente pela poliomielite como em partes que não foram acometidas
» Dor nos músculos e articulações
» Fadiga
» Intolerância ao frio
» Dificuldades respiratórias
» Problemas para dormir


DEPOIMENTO: Simone Conceição Santos Teodoro - de 42 anos
“Aposentei-me por invalidez. Contaminada pela poliomielite quando tinha 1 ano e seis meses, estou desde os 33 em uma cadeira de rodas, por recomendação médica. Agora, sofro de insônia, dores  musculares e tenho dificuldades para me movimentar. Minha musculatura está cada dia mais fraca. Já passei por médicos que me disseram que tinha que me acostumar com a dor, e que seria para a vida inteira”.





05 maio 2014

Declaração da OMS sobre a reunião do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional sobre a propagação internacional do poliovírus selvagem.

Declaração da OMS 
05 maio de 2014
O Comité de Emergência convocada pelo Diretor-Geral, sob o Regulamento Sanitário Internacional (2005) [RSI (2005)] foi realizada por teleconferência na segunda-feira 28 abril de 2014 13:30-17:30 Genebra Hora (CET) e na terça-feira 29 de abril 2014 13:30-19:00 Genebra Hora (CET).
Os membros do Comitê de Emergência e consultores especializados para a Comissão reuniu-se em ambos os dias do encontro. 1 Os seguintes Estados Partes afetadas participou na sessão informativa da reunião na segunda-feira 28 de abril de 2014: Afeganistão, Camarões, Guiné Equatorial, Etiópia, Israel, Nigéria, Paquistão, Somália e República Árabe da Síria.
Durante a sessão informativa, o Secretariado da OMS forneceu uma atualização sobre e avaliação dos progressos recentes em parar poliovírus endêmicas e importados e a propagação internacional de poliovírus selvagem em 2014 a partir de 26 de abril. Os Estados Partes afetadas acima apresentadas sobre a evolução recente em seus países.
Após a discussão e deliberação sobre as informações prestadas, e no contexto da iniciativa global de erradicação da poliomielite, o Comitê aconselhável que a propagação internacional da poliomielite até o momento em 2014, constitui um "acontecimento extraordinário" e um risco para a saúde pública de outros Estados para os quais a resposta internacional coordenada é essencial. A situação atual está em contraste com a quase cessação da propagação internacional do poliovírus selvagem a partir de janeiro de 2012 até a estação de transmissão de baixa de 2013 para esta doença (ou seja, de janeiro-abril). Se nada for feito, esta situação pode resultar em falha de erradicar globalmente uma das mais graves doenças evitáveis ​​por vacinação do mundo. Foi a opinião unânime da Comissão que as condições para uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) foram cumpridos.
No final de 2013, 60% dos casos de pólio foram o resultado da disseminação internacional do poliovírus selvagem, e não havia evidência crescente de que os viajantes adultos contribuiu para essa disseminação. Durante a época de baixa transmissão 2014 já houve disseminação internacional do poliovírus selvagem, de 3 dos 10 Estados-Membros que estão actualmente infectadas: na Ásia central (do Paquistão para o Afeganistão), no Oriente Médio (República Árabe da Síria para o Iraque) e na Central África (Camarões à Guiné Equatorial). A resposta internacional coordenada é considerada essencial para acabar com este propagação internacional do poliovírus selvagem e para evitar nova propagação com o início da estação de transmissão de alta em maio / junho de 2014; medidas unilaterais pode ser menos eficaz em parar a propagação internacional de uma resposta coordenada. As consequências de maior propagação internacional são particularmente graves hoje dado o grande número de mas rasgado-conflito e Estados frágeis que ter comprometido seriamente os serviços de vacinação de rotina e estão em alto risco de re-infecção livre da pólio. Tais Estados experimentaria extrema dificuldade em montar uma resposta eficaz foram poliovírus selvagens para ser reintroduzido. Tanto propagação internacional ocorre através das fronteiras terrestres, a OMS deve continuar a facilitar uma abordagem regional coordenada para acelerar a interrupção da transmissão do vírus em cada zona epidemiológica.
A principal prioridade para todos os Estados-infectados poliomielite deve ser para interromper a transmissão do poliovírus selvagem dentro de suas fronteiras tão rapidamente quanto possível através da aplicação imediata e integral em todas as áreas geográficas das estratégias de erradicação da poliomielite, especificamente: campanhas suplementares de vacinação com vacina oral contra poliomielite (OPV), a vigilância para poliovírus, e imunização de rotina. O Comité a que o seguinte conselho ao Director-Geral da sua consideração para reduzir a propagação internacional do poliovírus selvagem, com base em uma estratificação de risco dos 10 Estados com transmissão ativa (ou seja, dentro dos 6 meses anteriores) em 29 de abril de 2014.

Unidos atualmente exportadores do poliovírus selvagem

Paquistão, Camarões e República Árabe da Síria representam o maior risco de novas exportações de poliovírus selvagem em 2014 Esses Estados devem.:
  • oficialmente declarar, se não o tiver feito, a nível de chefe de Estado ou de governo, que a interrupção da transmissão do poliovírus é uma emergência nacional de saúde pública;
  • garantir que todos os residentes e visitantes de longo prazo (ou seja,> 4 semanas) receber uma dose de OPV ou vacina de poliovírus inativado (IPV) entre 4 semanas e 12 meses anteriores à viagem internacional;
  • garantir que todos os que realizam viagens urgente (ou seja, dentro de 4 semanas), que não tenham recebido uma dose de OPV ou IPV nas 4 semanas anteriores a 12 meses, recebem uma dose de vacina contra a poliomielite, pelo menos até ao momento da partida, pois isso ainda vai fornecer beneficiar, especialmente para viajantes frequentes;
  • garantir que esses viajantes são fornecidos com um Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia, na forma especificada no anexo 6 ​​do Regulamento Sanitário Internacional (2005) para gravar seu vacinação contra a poliomielite e servir como prova de vacinação;
  • manter essas medidas até foram cumpridos os seguintes critérios: (i) pelo menos 6 meses se passaram sem novas exportações e (ii) não há documentação de aplicação integral das actividades de erradicação de alta qualidade em todas as áreas de alto risco e infectados; na ausência de tal documentação dessas medidas deve ser mantida até pelo menos 12 meses se passaram sem novas exportações.
Uma vez que o Estado cumpriu os critérios a serem avaliados como não mais exportadores do poliovírus selvagem, que deve continuar a ser considerado como um Estado infectado até ao momento em que cumpriu os critérios a serem removidos da categoria.

Unidos infectadas com o poliovírus selvagem, mas não exportando atualmente

Afeganistão, Guiné Equatorial, Etiópia, Iraque, Israel, Somália e particularmente na Nigéria, devido à propagação internacional desse Estado, historicamente, representam um risco permanente para as novas exportações de poliovírus selvagem em 2014 Esses Estados devem.:
  • oficialmente declarar, se não o tiver feito, a nível de chefe de Estado ou de governo, que a interrupção da transmissão do poliovírus é uma emergência nacional de saúde pública;
  • incentivar os moradores e visitantes de longo prazo para receber uma dose de OPV ou IPV 4 semanas para 12 meses anteriores à viagem internacional; os que efectuam viagens urgente (ou seja, dentro de 4 semanas) devem ser encorajados a receber uma dose pelo menos até ao momento da partida;
  • garantir que os viajantes que recebem essa vacinação têm acesso a um documento apropriado para gravar o seu estado de vacinação contra a poliomielite;
  • manter essas medidas até foram cumpridos os seguintes critérios: (i) pelo menos 6 meses se passaram sem a detecção de transmissão do poliovírus selvagem no país a partir de qualquer fonte, e (ii) não há documentação de aplicação integral das actividades de erradicação de alta qualidade em todos infectados e áreas de alto risco; na ausência de tal documentação dessas medidas deve ser mantida até pelo menos 12 meses se passaram sem novas exportações.
Qualquer Estado livre da pólio, que se torna infectado com vírus selvagem deve implementar imediatamente o conselho para 'Unidos infectadas com o poliovírus selvagem, mas não exportando atualmente. A Diretora Geral da OMS devem garantir uma avaliação internacional da resposta ao surto é realizada dentro de 1 mês da confirmação do caso índice, em qualquer Estado que se torne recentemente infectada. Em caso de nova propagação internacional de um Estado infectado, esse Estado deve implementar imediatamente as exigências de vacinação para 'Unidos atualmente exporta poliovírus selvagem'.
OMS e seus parceiros devem apoiar os Estados na implementação dessas recomendações.
Com base nesse parecer, os relatórios elaborados pelos afetados os Estados Partes e as informações atualmente disponíveis, o Diretor-Geral aceitou a avaliação do Comité e em 05 de maio de 2014 declarou a disseminação internacional do poliovírus selvagem em 2014 uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) . O Diretor-Geral aprovou o conselho do Comitê para 'Unidos atualmente exporta poliovírus selvagem' e para 'Unidos infectadas com o poliovírus selvagem, mas não atualmente exporta' e emitiu-los Recomendações como temporárias ao abrigo do RSI (2005) para reduzir a propagação internacional do poliovírus selvagem, partir de 5 de maio de 2014. O Diretor-Geral agradeceu os membros da comissão e assessores para os seus conselhos e solicitado a sua reavaliação desta situação em 3 meses, em particular como os critérios para a interrupção destas medidas poderia, por alguns Estados se estendem além da validade três meses destes temporária Recomendações
Para mais informações, favor contatar:
Christy Feig 
Diretor de Comunicações 
Telefone: +41 79 251 7055 
Email: feigc@who.int

, Gregory Hartl 
Coordenador, notícias e Social Media 
Telefone: +41 79 203 6715 
Celular: +41 79 203 6715 


OMS decreta emergência mundial devido à poliomielite.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou hoje (5) emergência sanitária mundial devido ao aumento dos contágios de poliomielite nos últimos seis meses, depois de detectar casos em mais de uma dezena de países.
A decisão foi tomada após várias reuniões do Comitê de Emergência da OMS, formado por especialistas na matéria. Eles recomendaram a declaração de estado de emergência porque os contágios podem representar uma ameaça para o resto do mundo, disse Bruce Aylward, diretor-geral adjunto da organização.

Em comunicado, a OMS explica que o comitê alertou que a propagação internacional da doença em 2014 constitui evento extraordinário e risco público de saúde, ao qual é essencial uma resposta internacional coordenada.
No fim de 2013, 60% dos casos de pólio tinham origem na propagação internacional do polivírus selvagem, e havia provas de que os viajantes adultos contribuem para essa propagação, segundo a OMS.
Neste ano, mesmo durante a época de baixa transmissão, houve contaminação internacional de três das dez regiões onde existem atualmente infecções: a Ásia Central (do Paquistão ao Afeganistão), o Oriente Médio (da Síria ao Iraque) e a África Central (dos Camarões à Guiné Equatorial).

“Uma resposta internacional coordenada é considerada essencial para travar essa propagação e prevenir nova contaminação, tendo em vista o período de elevada transmissão, em maio e junho. Medidas unilaterais podem ser menos eficazes”, acrescenta o Comitê de Emergência da OMS.
Os países que a organização considera com o maior risco para a transmissão internacional são o Paquistão, a República dos Camarões e a Síria. A OMS recomenda que eles declarem o estado de emergência de saúde pública e garantam que a população e visitantes de mais de quatro semanas recebam vacinação.
Os países infectados, mas que não estão exportando a doença – o Afeganistão, a Guiné Equatorial, Etiópia, o Iraque, Israel, a Somália e Nigéria – também devem declarar estado de emergência e recomendar a vacinação.
Os especialistas do comitê devem voltar a avaliar a situação em três meses.
A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença infecciosa viral aguda transmitida de pessoa a pessoa, principalmente pela via fecal-oral. Atinge em particular crianças com menos de cinco anos.

23 abril 2014

A CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS, A FAMÍLIA DE CLASSIFICAÇÕES INTERNACIONAIS, A CID-11 E A SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE.

Arq Neuropsiquiatr 2013;71(9-A):III-X


Ruy Laurenti, Heloisa Brunow Ventura Di Nubila : Centro Colaborador da OMS para a família de Classificações Internacionais – Departamento de Epidemiologia, Faculdade de Saúde Pública da Universidade São Paulo (FSP/USP), São Paulo SP, Brazil.
Abrahão Augusto Joviniano Quadros : Setor de Investigação de Doenças Neuromusculares, Departamento de Neurologia e Neurocirurgia, Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM), São Paulo SP, Brazil. Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP/SP), São Paulo SP, Brazil.
Mônica Tilli Reis Pessoa Conde : Centro de Controle de Doenças da Coordenação de Vigilância em Saúde – CCD/COVISA da Secretaria Municipal de Saúde do Município de São Paulo, São Paulo SP, Brazil.
Acary Souza Bulle Oliveira :  Setor de Investigação de Doenças Neuromusculares, Departamento de Neurologia e Neurocirurgia, Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM), São Paulo SP, Brazil.

Resumo:
A primeira Classificação Internacional de Doenças (CID) foi aprovada em 1893 e, desde então, vem sendo periodicamente revisada. A última, a décima revisão (CID-10), foi aprovada em 1989. A partir de 1989, foram estabelecidos mecanismos para atualizar a CID-10, o que não ocorria antes. A próxima revisão (CID-11) provavelmente será publica em 2015. Os mecanismos para atualizar a CID-10, incluíram a criação do Grupo de Referência de Mortalidade (Mortality Reference Group – MRG) em 1997, e do Comitê de Revisão e Atualizações (Update & Revision Committe – URC) em 2000. Em 2007, foi criado o Grupo de Referência em Morbidade (morbidity Reference Group – MbRG), que passou a discutir mais detalhadamente questões para atualização relacionada à Morbidade.
A Síndrome Pós-Poliomielite não foi contemplada com um código específico na revisão da CID-10 de 1989. Entretanto, a partir do ano de 2010, foi incluída na CID-10 o código G14 para a SPP.
Palavras-Chave: Classificação internacional de Doenças, Família de Classificações Internacionais, síndrome pós-poliomielite.
Para se cumprir o principal objetivo da saúde pública, “...ciência e arte de evitar a doença, prolongar a vida e promover a saúde mediante a atividade organizada da sociedade”, é preciso conhecer quais são os problemas de saúde, quais seus tipos e como eles se distribuem na população. Os nomes que a eles são dados e as maneiras de classificá-los fornecem os elementos para seu melhor conhecimento e compreensão.
Nosologia é a classificação de pessoas doentes segundo grupos – qualquer que seja o critério de classificação – bem como os acordos ou definições quanto aos critérios ou limites dos grupos. A nosografia atribui nome a cada entidade mórbida, a reunião desses nomes constitui uma nomenclatura de doenças.
A nosografia tenta traduzir e possibilitar nossa compreensão sobre as causas, sobre a patogênese e sobre a natureza da doença e, segundo Last, é o arcabouço conceitual para o conhecimento sobre os problemas de saúde, fornecendo as bases para o planejamento e a avaliação. Possibilita a todos que tratam da assistência bem como dos problemas de saúde se comunicar entre si em uma mesma linguagem.
A nosografia é a nomenclatura de doenças. É, portanto, a maneira pela qual um determinado agravo á saúde que tenha determinados sintomas e sinais, bem como alterações patológicas específicas, recebe o mesmo rótulo, que pode também ser chamado diagnóstico, em qualquer lugar do mundo. Por definição, uma nomenclatura é um catálogo de termos e, no caso de uma nomenclatura de doenças, cada uma delas deve apresentar um verbete, visto que sua função principal é ajudar a se chegar à expressão mais precisa que descreve o padecimento do doente, isto é, o diagnóstico.
A Nosologia, é uma classificação de doenças segundo  características comuns e serve, basicamente, para finalidades estatísticas quanto à distribuição das doenças na população.
É comum dizer que “nomenclatura” (nosografia) e “classificação” (nosologia) não são  antagônicas mas, antes, têm finalidades distintas. Uma boa classificação, obviamente, só pode ser construída se tiver uma boa nomenclatura.
Nosografias sempre existiram em todas as sociedades, mesmo as mais primitivas, as quais apresentavam teorias sobre a origem natural e sobrenatural da doença. O nome dado a uma doença quase sempre tentava traduzir isso. O conceito de entidade mórbida específica aparece nos textos médicos primitivos hindus, assírios e egípcios. Podem ser citados o Papiro Ginecológico de Kahum (1900 A.C.), o Papiro de Edwin Smith (1600 A.C.), o Papiro de Ebers (1500 A.C.), as tábuas de argila da biblioteca de Nínive do rei Assurbanipal (668-626 A.C.) e o Charaka Samhita (100 A.D.). O texto hindu conhecido como Sushruta Samhita (600 A.D.) apresenta uma classificação ordenada de doenças e lesões. Este último, portanto, é ao que tudo indica, a mais antiga proposta de classificação de doenças e lesões.
Classificação de Doenças
A análise estatística de uma variável com grande número de categorias – como é o caso da variável doença – só é possível classificando essas categorias. Uma classificação de doenças é um sistema que agrupa as doenças análogas, semelhantes ou afins, segundo uma hierarquização ou eixo classificatório. Uma Classificação estatística de doenças implica, portanto, um conjunto de grupos de diagnósticos ou doenças, visto que o interesse principal são os agrupamentos e não os casos individualizados como em uma nomenclatura.
Em uma classificação, o número de categorias tem que ser restringido e sempre deve estar prevista a possibilidade de incluir um novo diagnóstico dentro de um agrupamento já existente.
Segundo numerosos estudiosos do assunto, há unanimidade quanto a atribuir ao inglês John Graunt o primeiro estudo estatístico de doenças, no caso análise da mortalidade por causa. Esse estudo apareceu na clássica e sempre citada publicação de 1662 “Natural and Political Observation Made Upon the Bills of Mortality”, onde analisou a mortalidade de Londres, a partir dos dados registrados nas paróquias, segundo algumas variáveis, como sexo, idade, procedência e o grande feito! – causa.
Graunt listou 83 causas de morte as quais incluíam algumas explicitamente etiológicas (“shot”, “smothered and stifed”, “drowne”, “plague”); outras levam a algum tipo de indicação da patogenia (“apoplex”, “excessive drinking”, “measles”, “quinsey”, “worms”), outras se referiam principalmente às circunstâncias que causaram a morte ou os sintomas e sinais que a precederam (“abortive and stillborn”, “aged”, “câncer”, “convulsion”, “surfet”). Comentando a lista elaborada por Graunt, Last diz o seguinte: “...mostra a dificuldade – ainda hoje existente – de construir uma nosografia que apresente um conceito uniforme de doença. Somos incapazes de escapar de uma classificação híbrida onde algumas condições referem-se ao conhecido ou suposto etiologicamente, outras aparecem segundo a morfologia ou a fisiopatologia, bem como outras segundo o sistema afetado ou ainda circunstâncias externas”.
A lista de causas de morte elaborada por Graunt é considerada, historicamente, como a primeira classificação de doenças (Tabela 1). A rigor, entretanto, não era uma classificação, mas tão somente uma lista de diagnósticos dispostos segundo ordem alfabética.
A partir de Graunt foram feitas várias tentativas visando criar uma classificação de doenças. Na realidade, eram classificações de causas de morte, não incluindo, a maioria delas, as doenças não letais.
Essas classificações quase sempre não passavam de exercícios médicos, à maneira de trabalhos acadêmicos, sem aplicações aparentes. Poucas foram realmente utilizadas, e quando o eram, a utilização era limitada. Não havia uma classificação de uso internacional, o que dificultava ou praticamente impedia a comparabilidade internacional sobre frequência de doenças que eram causas de morte.
A Classificação Internacional de Doenças
Desde Graunt, em sua publicação de 1662, até praticamente às primeiras décadas do século XX, as informações sobre frequência de doenças eram aquelas advindas das estatísticas de mortalidade por causa. Com exceção de dados sobre as chamadas doenças notificáveis, geralmente doenças infecciosas e epidêmicas, não havia estatísticas de morbidade, como por exemplo, as hospitalares e as de atendimento ambulatorial. Esse é o motivo pelo qual a história das classificações de doenças e, particularmente, a da classificação internacional como a atualmente existente, iniciou-se e por muito tempo continuou sendo uma classificação de causa morte.
TABELA 1. The Disease and Casualties this year being 1632. Causas de morte elaboradas por John Graunt a partir das Listas de Mortalidade de Londres.
Abortive and stillborn
445
Grief
11
Affrighted
1
Jaundies
43
Aged
628
Jawfaln
8
Ague
43
Impostume
74
Apoplex and meagron
17
Kil’d by several accidents
46
Bit with a mad dog
1
King’s evil
38
Bleeding
3
Letharge
2
Bloody flux, scowring and flux
328
Livergrown
87
Brused, issues, sores, and ulcers
28
Lunatique
5
Burnt, and scalded
5
Made away themselves
15
Burst, and rupture
9
Measles
80
Cancer, and wolf
10
Murthered
7
Canker
1
Over-laid, and starved at nurse
7
Childbed
171
Palsie
25
Chrisomes, and infants
2268
Piles
1
Cold, and Cough
55
Plague
8
Colicki, stone, and strangury
56
Planet
13
Comsumption
1797
Pelurisis, and spleen
36
Convulsion
241
Purples, and spotted feaver
38
Cut of the stone
5
Quinsie
7
Dead in the street, and starved
6
Rising of the lights
98
Dropsie, and swelling
267
Sciatica
1
Drowned
34
Scurvey, and itch
9
Executed, and prest to death
18
Suddenly
62
Falling sickness
7
Surfet
86
Fever
 1108
Swine pox
6
Fistula
13
Teeth
470
Flocks, and small pox
531
Thrush, and sore mouth
40
French pox
12
Tympany
13
Gangrene
5
Tissick
34
Gout
4
Vomiting
1


Worms
27

A necessidade de comparar causas de morte Segundo áreas ou regiões de um país e, principalmente, entre países, fez crescer o interesse para se usar uma mesma classificação internacionalmente.
Várias tentativas foram feitas nesse sentido, principalmente a partir da segunda metade do século XIX.
Ao propor uma classificação para as causas de morte, Willam Farr acentuou que as doenças poderiam ser classificadas de diferentes maneiras visando servir a propósitos estatísticos e quanto à finalidade de estudar causas de morte ele foi influenciado pela maneira como havia feito Carolus Linnaeus (médico Botânico Sueco) em suas classificações hierarquizadas, botânica e zoológica. Farr propôs uma classificação, que se reconhece como a base estrutural da atual classificação internacional de doenças.
A importância de uma classificação estatística de uso internacional foi reconhecida e fortemente recomendada no Primeiro Congresso Internacional de Estatística realizado em 1853 na cidade de Bruxelas. Os participantes indicaram Willian Farr e Mar d’Espine, de Genebra, para realizar a tarefa de preparar uma “nomenclatura uniforme de causas de morte aplicável a todos os países”. Em 1855, em Paris, realizou-se o Segundo Congresso Internacional de Estatística, onde Farr e d’Espine apresentaram listas separadas e baseadas em eixos diferentes de classificação. A classificação proposta por Farr continha 5 classes, seguinte maneira:
Classe 1
Doenças epidêmicas, endêmicas e contagiosas
Classe 2
Doenças constitucionais
Classe 3
Doenças localizadas
Classe 4
Doenças do desenvolvimento
Classe 5
Doenças ou mortes violentas

Essas classes eram divididas em ordens e, particularmente para a Classe 3, existiam 8 ordens. Essa divisão, como pode ser observado a seguir, foi a matriz para a atual classificação internacional:
Ordem 1
Doenças do sistema nervoso
Ordem 2
Doenças da circulação
Ordem 3
Doenças da respiração
Ordem 4
Doenças da digestão
Ordem 5
Doenças do sistema urinário
Ordem 6
Doenças da reprodução
Ordem 7
Doenças da locomoção
Ordem 8
Doenças do sistema inter-tegumentário

A Lista apresentada por Marc d’Espine agrupava as doenças de acordo com sua natureza (gotosa, hemática, herpética...) e não teve muita aceitação. O Congresso adotou uma Lista de 138 rubricas, mantendo a estrutura proposta por Farr com a inclusão de algumas sugestões de d’Espine. Os Congressos subsequentes, de 1864, 1874, 1880 e 1886 revisaram essa lista. Esta classificação, adotada no Congresso de 1855 e revista nos seguintes, não foi universalmente aceita, mas é preciso destacar que o princípio de agrupar as doenças, principalmente por localização anatômica, como havia sido proposto por Farr, sobreviveu e influenciou fortemente a futura classificação de doenças de uso internacional.
Em 1891 o então criado “Instituto Internacional de Estatística”, em Viena, substituiu os Congressos Internacionais de Estatística quanto a questões relativas a classificações e, neste ano, formou uma Comissão para preparar uma nova classificação. Essa Comissão estava sob a direção de Jacques Bertillon (1852-1922), de Paris, e preparou uma classificação de causas de morte que ficou conhecida como “Classificação das Causas de Morte de Bertillon”.
Bertillon era o chefe dos serviços de estatísticas da cidade de Paris, função semelhante à que tinha tido William Farr na Inglaterra, e a classificação que elaborou apresentava 14 grupos ou capítulos; este último nome persiste até hoje para as grandes divisões da Classificação Internacional de Doenças. Os 14 capítulos tinham, em conjunto, 161 categorias ou causas de morte.
A Classificação de Bertillon foi adotada em 1893 pelo Instituto Internacional de Estatística e recomendado o seu uso internacional de Estatísticas e recomendado o seu uso internacionalmente, o que foi adotado por vários países. É considerada a primeira classificação internacional de causas de morte. É interessante apresentar como eram identificados seus 14 capítulos (Tabela 2), devendo-se notar que os capítulos estavam ordenados segundo números romanos, tradição que se segue até hoje.
É justo ou correto enfatizar que o grande batalhador para se conseguir uma classificação de uso internacional foi o inglês já citado William Farr (1808-1883) primeiro médico estatístico a dirigir o “General Register Office of England and Walles” a partir de 1837.
I
Doenças gerais
II
Doenças do sistema nervoso e órgãos dos sentidos
III
Doenças do aparelho circulatório
IV
Doenças do aparelho respiratório
V
Doenças do aparelho digestivo
VI
Doenças do aparelho geniturinário e de seus anexos
VII
Estado puerperal
VIII
Doenças da pele e do tecido celular
IX
Doenças dos órgãos da locomoção
X
Vícios de conformação
XI
Primeira idade
XII
Velhice
XIII
Afecções produzidas por causas externas
XIV
Doenças mal definidas

As Revisões da Classificação e a Mudança de Objetivos da Classificação Internacional de Doenças.
A Classificação (Lista Internacional de Causas de Morte) aprovada em 1893 e que se tornou de uso internacional teve uma primeira revisão em 1900, e uma segunda em 1909, de acordo com que havia sido aprovado em 1893, isto é, que deveria haver revisões, na medida do possível a cada dez anos (Tabela 3).
As revisões, da primeira (1900) até a quinta (1938) foram convocadas pelo governo francês, eram conhecidas como “Classificação Internacional de Causas de Morte” ou “Classificação de Bertillon”.
As Adaptações da CID para Especialidades.
O número de categorias foi ampliado, a partir da CID-6, para possibilitar o uso em morbidade, na CID-10 esse número foi bastante aumentado. Apesar dessa ampliação as diferentes especialidades médicas reclamaram que isso não era suficiente. De fato, ainda persiste a “filosofia” da causa de morte, isto é, a causa inicial (básica) é que deve aparecer nas estatísticas. Assim como exemplo para o diabetes, como tal, é suficiente ter um código de categoria para causas de morte (agrupamento E10-E14) com sub-categorias que descrevem do modo geral as complicações renais; .3 complicações oftálmicas; .4 complicações neurológicas; .5 complicações circulatórias periféricas; .6 ouras complicações).
Entretanto, para análise da morbidade, é preciso, ou mesmo necessário, ter categorias para as mais diferentes complicações ou mesmo manifestações clínicas: nefropatia (NO8.3), catarata (H28.0), retinopatia (H36.0), mononeuropatia (G59.0), polineuropatia (G63.2), gangrena e angiopatia (I79.2) diabéticas, e várias outras.

Categorias

Revisões
Ano de Conferência que a adotou
Anos de uso
Doenças
Causas Externas
Motivos assist. saúde
Total
Primeira
1900
1900-1909
157
22

179
Segunda
1909
1910-1920
157
32

189
Terceira
1920
1921-1929
166
39

205
Quarta
1929
1930-1938
164
36

200
Quinta
1938
1939-1948
164
36

200
Sexta
1948
1949-1957
769
153
88
1.010
Sétima
1955
1958-1967
800
153
88
1.041
Oitava
1965
1968-1978
858
182
48
1.088
Nona
1975
1975-1992
909
192
77
1.178
Décima
1989
1993-2020
1.575
373
82
2.032
Não é fácil contemplar  na CID, para grande número de diagnósticos, a inclusão de todas as manifestações e complicações cada uma com um código para categorias ou sub-categorias. As especialidades médicas passaram a elaborar “adaptações da CID para especialidades”. Nestas é mantida a mesma estrutura quanto ao número de capítulos, agrupamentos, categorias e sub-categorias sendo agregadas novas sub-categorias. Novos termos de inclusão que indicam algum tipo de manifestação clínica ou complicações são incluídos nas categorias e sub-categorias já existentes.
Na 8ª Revisão (CID-8) e na 9ª Revisão (CID-9) foram criadas algumas adaptações como a de odontologia e estomatologia (CID-OE), a de oncologia (CID-O). No “Relatório da Conferência Internacional Para a Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças” (26 de setembro a 2 de outubro de 1989) esse fato está relatado, juntamente com o comentário sobre o desenvolvimento de uma adaptação preparada pelo programa de saúde mental. Também enfatizada a proposta da compilação dos códigos da CID relevantes para a Psiquiatria e a Neurologia, isto é, a adaptação da CID-10 para essas especialidades. Assim, foram publicadas as adaptações: “ICD-NA-Application of the International Classification of Diseases to Neurology” e a “The ICD-10 Classification of Mental and Behavioral Disorders – Clinical description and diagnostic guidelines”.
Processo de Atualização da CID.
Até a 9ª Revisão (CID-9), as  revisões da CID eram decenais. No entanto, a CID-10 foi aprovada após 15 anos, em 1989 e a próxima futura revisão (CID-11) deverá ser publicada em 2015, ou seja, após um intervalo aproximado de 25 anos. Admite-se tal intervalo mais amplo em razão de existir, a partir da décima revisão, a possibilidade de atualização da CID entre as revisões, o que não ocorria antes.
No relatório da Conferência Internacional para a Décima Revisão, em 1989, que aprovou a CID-10, foi apresentada a recomendação de que “a OMS endosse o conceito de um processo de atualização no período entre duas revisões e considere em prática.  Foram então estabelecidos mecanismos para atualizar a CID-10, por meio da criação do Grupo de Referência de Mortalidade (Mortality Reference Group) – MRG em 1997, e do Comitê de Revisão e Atualizações (Update & Revision Committee) – URC em 2000. Em 2007, foi criado o Grupo de Referência em Morbidade (Morbidity Reference Group) – MbRG que passou a discutir mais detalhadamente questões para atualização relacionadas a Morbidade.  
O URC recebe propostas do MRG, MrRG e de membros dos Centros Colaboradores da OMS para a Classificação de Doenças, analisa-as e submete as recomendações de mudanças na CID-10 aos Diretores dos Centros Colaboradores a cada ano. O URC também desenvolve as políticas para gerenciar o processo de atualização. No processo de atualização, foram estabelecidas duas categorias: Atualizações Principais (ou Major) e Secundárias (ou Minor). A inclusão ou exclusão de códigos é um tipo de atualização principal importante, bem como alterações de regras ou linhas de ação que afetem a integridade dos conjuntos de dados de morbidade ou mortalidade. Em geral, têm pelo menos três anos de intervalo entre sua aprovação e implantação. Há exceções como no caso da ocorrência da Gripe aviária que teve seu código (J09) rapidamente aprovado e implantado no mesmo ano.
As etapas que antecedem o uso de um código novo ou revisado seguem um processo de trâmite natural de alguns anos, com um determinado fluxo definido pela OMS. A proposta de um novo diagnóstico ou doença pode ser feita diretamente à OMS, que encaminha para a “Rede de Centros Colaboradores da OMS” ou então via um dos Centros. As propostas de atualização e sua discussão são coordenadas pelo Comitê de Atualização e sua discussão são coordenadas pelo Comitê de Atualização da CID e tanto seu funcionamento como sua história e as propostas já realizadas podem ser consultadas na página da OMS. Atualmente, propostas podem ser apresentadas e acompanhadas na plataforma de revisão da CID-10 na página: http://extranet.who.int/icdrevision.
A análise por técnicas e especialistas representa em geral o período mais logo, sendo o assunto discutido em plataforma na internet, acessível publicamente por meio de registro, passando por debates em encontros presenciais até a aprovação final.
Inclusão da SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE NA CID-10.
As décadas de 70 e 90 foram marcadas pelos grandes avanços no conhecimento da Síndrome Pós-Poliomielite (SPP), começando com o estabelecimento do primeiro critério diagnóstico por Mulder e culminando com a publicação do primeiro compêndio sobre a patogêneses e tratamento da SPP em 1995.
Entretanto, não foi tomada nenhuma iniciativa para inclusão da SPP na CID, talvez pela realidade dos países desenvolvidos, diferente da brasileira, em que há premência em atender as solicitações dos pacientes sem classificação na CID.
A experiência no atendimento de pacientes com história de poliomielite paralítica com queixas de novos sintomas no Setor de Investigação de Doenças Neuromusculares da Universidade Federal de São Paulo (SIDNM/UNIFESP) pode ser dividido em quatro fases: a primeira, de 1972 a 2002, culminando com a publicação do primeiro artigo sobre a SPP no Brasil; a segunda, de 2003 a 2005, fase da instalação e estruturação do ambulatório específico da SPP, tendo como resultado a primeira pesquisa sobre a caracterização detalhada da SPP no Brasil e a elaboração do Documento Técnico da SPP; a terceira fase, de 2006 a 2011 com o desenvolvimento de diversas pesquisas sobre aspectos clínicos específicos da SPP e publicação da primeira e segunda edição do Manual “Síndrome Pós-Poliomielite: Orientações para profissionais da saúde”; e a quarta fase, a partir de 2012 inaugurada com o primeiro ensaio clínico fase III.
As dificuldades vivenciadas no SIDNM da UNIFESP para atender os pacientes que dependiam da emissão de laudo médico para atender suas necessidades no contexto da saúde, social e judicial, foram muitas, já que a revisão da CID-10 de 1989 contemplava os diversos tipos de poliomielite aguda e sequela de poliomielite paralítica, mas não contemplava a Síndrome Pós-Poliomielite. Diante dessa realidade o SIDNM baseado no documento técnico da SPP, elaborado em parceria com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Coordenação de Vigilância em Saúde da Prefeitura do Município de São Paulo e a Associação Brasileira da Síndrome Pós-Pólio, submeteu em 2004 a solicitação de inclusão da SPP na CID ao Centro Brasileiro de Classificação de Doenças (CBCD) ou como é oficialmente denominado junto à OMS, “Centro Colaborador da OMS para a Família de Classificações Internacionais em Português” que faz parte do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP – Universidade de São Paulo.
A proposta para criação de um código específico para a síndrome pós-poliomielite, foi apresentada pelo CBCD na reunião do Comitê de Revisão e Atualização (URC) em 2005 (Figura), discutida e defendida na reunião do MbRG na Suécia em fevereiro de 2008. A proposta foi bem recebida pelos membros do MbRG que também fazem parte do URC, sendo aprovada em outubro de 2008, para a inclusão do código G14 na CID-10, a partir de 2010. Foi adicionada na Categoria de Atrofias Sistêmicas que Afetam Principalmente o Sistema Nervoso Central (G10-G14):
G14 síndrome pós-polio.
Inclui: síndrome mielítica póspolio.
Exclui: sequela de poliomielite (B91).

A inclusão da SPP na CID-10 em 2008 se dá 133 anos após a primeira descrição clínica feita por Jean Martin Charcot em 1875.
A SPP é uma síndrome clínica caracterizada por nova fraqueza muscular em musculatura previamente afetada ou não, acompanhada ou não de fadiga muscular, dor muscular e articular. Outros sintomas podem estar presentes como: intolerância ao frio, alteração do sono, dificuldade respiratória, disfagia e disfonia. Em virtude de estarem os quadros clínicos e histológico intimamente relacionados com disfunção dos neurônios motores inferiores, a SPP encontra-se na categoria das doenças do neurônio motor, classificada como síndrome do neurônio motor inferior de forma esporádica. Cerca de 30 a 40 anos após a poliomielite aguda ocorre a instalação de nova fraqueza muscular na média em 60% nos casos paralíticos e em 40% nos casos não paralíticos.
WHO-FIC 2005/B.6-5
URC Submissions 2005 Final Round v2
Tokyo, Japan
16-22 October 2005

URC Reference No: 0313
Proposed by:
Brazil
Change to volume
I
III
Type of Proposal:
Major

Description (term/Code):
Post-Polio syndrome

Proposal for update:
The proposal is to create a new code for Post-Polio Syndrome (PPS): G14
Proposta 0313 (Brasil) Recomendada na UCR para inclusão da SPP na CID-10.












Família de Classificações Internacionais e a CID-11.
No Brasil, o uso da CID é compulsório para compor a base de códigos de todas as informações em Mortalidade (Portaria GM/MS nº 1832/94, publicada no DOU nº 218, de 03 de novembro de 1994) e em Morbidade (Portaria nº 1311/GM de 12 de setembro de 1997). Os códigos da CID são utilizados no SIM (Sistema de Informação em Mortalidade), no SIH (Sistema de informação de Internações Hospitalares) e no SINAM (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), ou mesmo no campo destinado ao diagnóstico de malformações congênitas na Declaração de Nascidos Vivos que está incluído no SINASC (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos).
Embora a CID seja adequado para finalidades como as acima descritas, ela não é adequada para descrever funcionalidade e incapacidade como componentes da saúde, ou mesmo intervenções em saúde.
Nos anos 70, durante a preparação da 9ª Revisão da CID, começou-se a discutir a ideia de uma “família” de classificações, sendo que suas bases foram estabelecidas em 1989, na Conferência Internacional para a CID-10. Esta família é composta por um conjunto de classificações integradas, que compartilham características, e que podem ser usadas isoladamente ou em conjunto para fornecer informações de saúde ou relacionadas à saúde. Com este conceito de família, foi alinhada uma nova classificação de saúde com a CID-10 entre as classificações principais, ou também chamadas “classificações de referência”: a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), que apresenta aspectos adicionais de domínios da saúde, da funcionalidade e da incapacidade. Considerando o impacto das afecções de saúde na vida das pessoas, dentro de seus próprios contextos, CID e CIF são classificações complementares que oferecem uma descrição mais completa da situação de saúde. No que se refere às afecções do sistema nervoso e ao prejuízo que podem causar à funcionalidade do indivíduo, a CIF apresenta um modelo conceitual que pode ampliar a atuação na Neurologia Clínica, descrevendo não mais apenas as lesões e as doenças, mas também a funcionalidade e a incapacidade vividas pela pessoa em todos os seus aspectos biopsicossociais.
Atualmente, estão em andamento os preparativos para a décima primeira revisão da CID, a CID-11, a ser apresentada à Assembleia Mundial da Saúde em 2015. Entretanto, não se espera que sua utilização ocorra antes de 2020. Contará com uma plataforma eletrônica com interface e uso conjunto com a CIF. O formato atual desta plataforma pode ser visto no iCAT (ICD Collaborative Authoring Tool) no endereço:        https://sites.google.com/site/icd11revision/home/icat onde são mostradas as formas preliminares de associação de elementos da CIF, que podem ser “pareados” com itens do SNOMED (Standard Nomenclature of Medical Diagnosis) e da CID-11, por enquanto compatível apenas com os capítulos de estruturas corporais da CIF.
O trabalho de revisão da CID visa atualizar a Classificação de Doenças de modo a incluir todo o novo conhecimento científico, clínico e de saúde pública, integrando uma ampla rede de consultores e de tecnologia baseada na internet para coletar, integrar e compartilhar informações. Neste processo, é importante que seja viabilizada a referência cruzada com sistemas de terminologia e a harmonização da CID com as demais classificações da Família de Classificações Internacionais da OMS. Devem ser preparadas adaptações dirigidas às diferentes necessidades dos usuários.
Para organizar o trabalho de revisão da CID com vistas à CID-11, a OMS dividiu o trabalho por especialidades, em grupos denominados TAG (Topic Advisory Group) e em grupos de trabalhos (Working Groups) coordenados por um comitê (Steering Committee). Foram constituídos TAGs para Medicina Interna, com grupos de trabalho para cinco áreas dentro dessa especialidade, bem como TAGs para dermatologia, causas externas de lesões, doenças maternas, neonatais e urogenitais, saúde mental, músculo-esquelético, neurologia, oftalmologia e doença raras. Além desses TAGs, foram formados outros para mortalidade, morbidade, funcionalidade e informações de saúde, que vêm trabalhando para organizar a décima primeira revisão. 


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