Apneia Obstrutiva do Sono pode ser porta de entrada do agravamento da Covid-19
- Escrito ou enviado por Nani Moraes
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Pesquisadores afirmam que maioria de pacientes das duas doenças possuem perfis semelhantes
A apneia obstrutiva do sono leva ao aumento do risco de infecção e gravidade da COVID-19. Essa é a conclusão de artigo publicado pelo Journal of Clinical Sleep Medicine, um periódico mensal da Academia Americana de Medicina do Sono1, uma das mais conceituadas do mundo. O estudo é assinado pelos médicos brasileiros Sergio Tufik, Monica Andersen, Gabriel Pires e Isabela Ishkura, do Instituto do Sono, e pelo médico americano David Gozal, da Escola de Medicina da Universidade do Missouri. O estudo foi apoiado pela Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa (AFIP).
“Acreditamos que a presença de apneia obstrutiva do sono pode facilitar não apenas a suscetibilidade à infecção por SARS-CoV-2, mas também ser um fator de risco inerente à COVID-19 grave”, afirma Sérgio Tufik .
O estudo aponta que a COVID-19 geralmente se manifesta como comprometimento respiratório, particularmente nas manifestações graves da doença, sendo provável entre idosos, homens e para aqueles que sofrem de obesidade e disfunção cardiometabólica, o perfil clássico do portador de apneia obstrutiva do sono.
Por isso, os pesquisadores defendem que pessoas com apneia sejam incluídas nos grupos de risco para a COVID-19 A doença atinge 33% dos paulistanos e 80% dos indivíduos entre 70 e 80 anos.
O especialista alerta ainda que a apineia obstrutiva do sono provoca a chamda imunossupressão, ou seja baixa imunidade deixando os indivíduos mais vulneráveis à doenças. “O quadro é delicado, até mesmo as vacinas não atingem seus objetivos com os pacientes de AOS, pois não conseguem produzir anticorpos,” detalha Tufik.
Apneia e COVID-19
A apneia obstrutiva do sono é o distúrbio respiratório mais comum relacionado ao sono e é altamente prevalente, podendo afetar até um bilhão de pessoas em todo o mundo. É caracterizada por aumentos transitórios na resistência das vias aéreas superiores, causando reduções ou interrupção do fluxo aéreo acompanhado por um aumento do esforço respiratório. Durante os episódios de apneia, há elevação da pressão arterial sistêmica e taquicardia.
Essas respostas levam à falta de oxigênio no organismo, resultando na diminuição da passagem de sangue pelas artérias coronárias, comprometendo os batimentos cardíacos. Arritmias cardíacas noturnas estão presentes em 40% de todos os pacientes com apneia, e em 92,3% daqueles com apneia grave.
Em consequência disso, o estudo alerta que a redução de oxigênio no sangue, que caracteriza os pacientes com apneia, poderia interferir ainda mais na ventilação pulmonar, comprometendo a troca de oxigênio por gás carbônico, levando a um quadro como o resultante da resposta infecciosa ao novo coronavírus.
Tuffik entende que isto pode ser uma razão potencial para a gravidade aprimorada e os resultados adversos, como exemplificado por um diagnóstico funcional. Sendo assim, pacientes portadores de apneia precisam redobrar os cuidados, pois são vítimas potenciais do novo coronavírus.
Sobre a AFIP
A AFIP (Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa) é uma instituição privada, sem fins lucrativos, fundada por profissionais da área da saúde, professores e pesquisadores há 40 anos com o objetivo de fornecer suporte financeiro para atividades de docência, pesquisa científica e atendimento médico à comunidade, com ênfase no serviço público de saúde.
A AFIP está presente em oito Estados e mais de 30 cidades onde oferece mais de 3.000 exames nas categorias de análises clínicas, anatomia patológica, citogenética, genética, imagem, imunohistoquímica e medicina molecular, e realiza mais de 6 milhões de exames por mês, com capacidade instalada para até 8 milhões.
No Estado de São Paulo, a AFIP é responsável, entre outros procedimentos, por 72% dos exames imunogenéticos para identificação de receptor de órgãos; 52,3% dos exames imunogenéticos para identificação de doador de órgãos e 90,1% da atenção domiciliar (Distrofias musculares, ELA, Síndrome Pós-Poliomielite). Na capital paulista, a AFIP tem o Instituto do Sono como um de seus principais centros de pesquisa e atendimento aos pacientes.
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