07 agosto 2010

A importância do Brasil





O desconhecimento do que é a SPP - Síndrome Pós-Póliomielite - causa inúmeros problemas para os afetados, como em relação à concessão de aposentadoria pelo INSS. Os peritos, muitas vezes, não aceitam os relatos dos pacientes, nem os laudos, e não concedem a aposentadoria mais cedo. Já o atendimento gratuito é garantido pelo SUS.

A partir de agora, talvez a situação melhore, já que o Brasil deu uma contribuição importante, inclusive em termos mundiais. Nenhum país havia ainda feito uma moção para colocar essa condição clínica em classificação internacional. Foi um relatório do professor Acary e seu grupo que serviu de base para a apresentação brasileira na Organização Mundial de Saúde. Na última reunião para inclusão de novas enfermidades, em setembro de 2009, houve a aceitação da SPP. A partir de janeiro de 2010, já é uma condição específica, com a sigla G-14.

Um ponto central das atividades da Unifesp, é a difusão dos conhecimentos acumulados, por meio de simpósios e cursos. Em agosto/2009, inclusive, com apoio do Ministério da Saúde, a Unifesp realizou capacitação destinada aos profissionais da saúde, preferencialmente aos servidores do SUS. A novidade para o segundo semestre é que haverá cursos também online. "Quando o perito não dá o laudo, muitas vezes, é porque não está bem treinado e a culpa não é só dele, é nossa, estamos dentro da universidade, temos que passar a informação, é obrigatório. Ficar com o conhecimento só em prateleira é péssimo", afirma o professor Acary.

O último caso registrado de poliomielite no Brasil é de 1989. O país ganhou o selo de erradicação em 1994. Há 16 países ainda com Pólio Selvagem, na África, Índia e Oriente Médio e Extremo. "No Brasil nós não temos um estudo estatístico e epidemiológico muito bem feito em relação à poliomielite e outras doenças", explica o professor. A estimativa é que cerca de 36 mil pessoas tiveram pólio e, dessas, de 18 mil a 20 mil, apresentem a SPP. Os sintomas são fraqueza muscular, tanto em músculos afetados previamente pela pólio como em partes que não foram acometidas; dor nos músculos e articulações; fadiga; intolerância ao frio; dificuldades respiratórias e problemas para dormir.

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