13 outubro 2018

Silêncio de 38 anos a quem interessa?



Poliomielite Irresponsável, manipulação dos Dados Organização Mundial da Saúde. Resultado, milhares de brasileiros acometidos pela Síndrome Pós Poliomielite (SPP) ou Sequela Pós-Poliomielite. 

Denunciada manipulação de dados a respeito da poliomielite no Brasil, entre 1969 a 1973. Negligência que resultou em 63% de vitimas infectadas com o vírus da pólio. Para aqueles não familiarizados com o assunto, devo esclarecer que a vacina contra a poliomielite (também chamada de pólio ou paralisia infantil termo deriva do grego poliós, que significa "cinza", myelós "medula") estava operacional em território Brasileiro desde 1962 para a rede pública de saúde.
Esta noticia foi publicada em 06 de março de 1980, pelo Jornal Folha de São Paulo: “O governo Médici teria manipulado” dados referentes às condições de saúde no Brasil. A declaração, feita na época pelo Médico, Cientista e Pesquisador ALBERT BRUCE SABIN em entrevista concedida na presença dos Ministros Valdir Arcoverde e Jair Soares, respectivamente da Saúde e da Previdência Social, refere-se a RELATÓRIOS encaminhados à Organização Mundial da Saúde e que teriam apresentando estatísticas duvidosas”.

Vale ressaltar a inexistências de Dados Estatísticos referentes às Pessoas que foram acometidos pela poliomielite na infância, não sabemos até hoje com exatidão quantas crianças desenvolveram a doença em território nacional principalmente entre 1969 e 1973.
“Para uma população já anestesiada por tantas notícias sobre manipulação de índices oficiais, a declaração talvez não tenha tido a repercussão merecida. A gravidade da informação do Professor ALBERT SABIN, contudo, ultrapassa os limites do rotineiro. Após afirmar que a redução dos índices, no período de 1969 a 1973, anunciada pelo governo brasileiro, era incorreta, o cientista ressaltou o que chama de POLIOMIELITE IRRESPONSÁVEL. Ou seja, a manipulação dos dados não teve apenas por consequência, se é que teve, a modificação da imagem do Brasil perante os órgãos internacionais, que acreditaram, então, no progresso de nossas condições de saúde. Muito mais do que isto, os falsos Índices impediram, naquela época, uma campanha séria de combate à POLIOMIELITE. Como resultado temos crianças nascidas entre 1969 a 1973 portando sequelas físicas que poderiam ter sido evitadas, fosse outro o comportamento do governo. Ninguém desconhece que, em política,  as versões são às vezes mais importantes do que os fatos e que a manipulação de dados é um instrumento de grande força na luta pelo Poder. Faz parte da vida política esta capacidade de construir imagens favoráveis, escondendo alguns aspectos, ressaltando outros. Mas superestimar esta capacidade, tolerando a negação ou a distorção mentirosa dos fatos, é pervertê-la. Assim, quando um grupo político adere à falsidade organizada, escondendo dados importantes, proclamando milagres que não existem, então a linha divisória entre a atividade política e a sua perversão estará sendo transposta”.





Em decorrência da Negligencia do Passado o resulto no presente chama–se Síndrome Pós-Poliomielite (SPP) ou Sequela Pós-Poliomielite é uma doença do neurônio motor de caráter degenerativo e progressivo. Embora não se conheça totalmente a etiologia, a causa mais aceita é a degeneração das unidades motoras remanescentes, algumas gigantes (grande número de fibras musculares inervadas pelo mesmo neurônio motor), formadas após a fase aguda da poliomielite. A SPP é definida por um conjunto de sinais e sintomas que ocorrem, geralmente, após 30 a 50 anos, no mínimo 15 anos após a infecção aguda da poliomielite. Caracterizada, principalmente, por três sintomas principais: nova fraqueza muscular, fadiga e dor. A nova fraqueza muscular, afeta geralmente os músculos previamente mais comprometidos, mas também pode afetar a musculatura aparentemente normal, estando acompanhada ou não de fadiga e dor muscular e/ou articular.
Outros sintomas que podem estar presentes são: nova atrofia muscular; disfonia; disfagia; insuficiência respiratória; transtorno urinário e fecal, transtornos do sono associado ou não de cefaleia matinal; aumento de peso corporal; intolerância ao frio; ansiedade; depressão; problemas de memória.
Aqui fazemos um alerta, a Sombra da Poliomielite vai continuar por décadas, tendo um pedágio significativo sobre a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas.  A situação atual e as necessidades futuras são ainda desconhecidas. Suas vidas serão limitadas e não por sua deficiência, mas nas ramificações desta deficiência, o estigma, a marginalização social e barreiras para recursos, tais como assistência médica, educação, acessibilidade e assistência social, que irá resultar para muitos em pobreza, falta de escolha e a negação dos direitos humanos fundamentais, para maximizar a saúde de forma mais eficaz aos Sobreviventes da Pólio – Síndrome Pós Pólio e bem-estar, promovendo uma maior participação e inclusão social.

A erradicação da Poliomielite e da Síndrome Pós-Poliomielite é um campo de provas, um teste. Ele vai revelar o que os seres humanos são capazes de fazer, e sugerir como ambicioso que pode ser o nosso futuro. No entanto, argumenta-se que esta afirmação é igualmente relevante para aqueles enfrentando as consequências Incapacitantes da Poliomielite – Síndrome Pós Poliomielite. A batalha contra a Poliomielite - Síndrome Pós Poliomielite não será vencida até que a comunidade global possa garantir aqueles que vivem com as consequências Incapacitantes da Poliomielite – Síndrome Pós Poliomielite que suas necessidades serão atendidas e os recursos serão disponibilizados para que possam funcionar plenamente e livremente nas sociedades em que vivem - agora e nas décadas que virão.
Uma sociedade que negligência seu passado, ameaça seu futuro.  
Nilson Roberto dos Santos – Paciente diagnosticado com Síndrome Pós Poliomielite






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