17 outubro 2011

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE ENTRE MÉDICOS e FISIOTERAPEUTAS

63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE ENTRE MÉDICOS

Hevelyn Savio Ferreira 1

Rodrigo Luiz Vancini 2

Marília dos Santos Andrade 2

Taíza Márcia de Almeida Alves 1

Sandra Aparecida Benite-Ribeiro 1

Claudio Andre Barbosa de Lira 3

1. Setor de Fisiologia Humana, Universidade Federal de Goiás – UFG/ Campus Jataí

2. Departamento de Fisiologia, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

3. Orientador - Setor de Fisiologia Humana, Universidade Federal de Goiás – UFG/ Campus Jataí

INTRODUÇÃO:

A síndrome pós-poliomielite (SPP) é o termo usado para descrever os sinais e sintomas, tais como perda da força muscular e atrofia, que podem acometer pessoas que tiveram a poliomielite paralítica, após anos de estabilidade clínica. O processo é caracterizado por uma piora lenta desses sinais e sintomas sendo, portanto uma doença neuromuscular progressiva. Quanto ao critério diagnóstico da SPP, este requer uma abordagem clínica com caráter de exclusão de outras doenças neurológicas, ortopédicas, psiquiátricas ou mesmo consequências atreladas ao envelhecimento. O tratamento da SPP deve envolver uma equipe multiprofissional e visa atenuar os sintomas e a melhorar a qualidade de vida do paciente. Um dos principais problemas do tratamento é a falta de profissionais especializados dentre eles, o médico. Portanto, a avaliação do conhecimento sobre a SPP entre médicos pode fornecer informações adicionais e contribuir para a melhoria do serviço prestado ao paciente. Estima-se que existam no mundo 20 milhões de pessoas vivas que foram acometidas pela poliomielite paralítica. Estudos revelam que por volta de 78% dos indivíduos com sequela de poliomielite paralítica podem desenvolver a SPP. Assim, a avaliação do conhecimento de médicos sobre a SPP pode ser de grande valia.

METODOLOGIA:

Foi elaborado um questionário auto administrável sobre a poliomielite e SPP com 33 questões do tipo sim/não/não sei (15 questões sobre a poliomielite paralítica e 18 sobre a SPP). As questões versavam sobre a etiologia, diagnóstico e formas de tratamento. Além disso, existiam questões sobre a formação acadêmica do profissional, tais como anos de estudo e maior titulação. O questionário foi respondido por 30 médicos (25 homens e 5 mulheres) com idade média de 42,3 anos (mín-máx: 24–75 anos). Os profissionais tinham, em média, 18 anos de experiência. Com relação à formação acadêmica, 37% possuíam somente a graduação, 60% especialização completa e 3% mestrado completo. Para a participação no estudo, os voluntários assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. O presente estudo e seus instrumentos de coleta e análise foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFG e estão de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde para procedimentos envolvendo seres humanos.

RESULTADOS:

Do total de entrevistados, 20% negaram que o paciente após o quadro agudo da poliomielite pode recuperar total ou parcialmente a capacidade funcional e 10% desconhecem essa questão; 63% já prestaram serviço para pessoas com sequela de poliomielite, 33% negaram que existe tratamento para a poliomielite e 13% não souberam responder. Sobre a SPP, 43% nunca ouviram falar sobre a doença, 50% nunca tiveram informações sobre a SPP; 43% não sabem sobre as manifestações clínicas da SPP; 47% não souberam responder se a SPP é uma doença que somente acomete pessoas que no passado tiveram a forma paralítica da poliomielite, ao passo que 17% responderam que essa afirmação é incorreta; 47% não souberam dizer se existe uma forma de tratamento eficaz para a SPP; 10% negaram que a SPP é uma doença neuromuscular progressiva e 40% não souberam responder sobre esse tópico. Adicionalmente, 83% não tiveram acesso a informações de como lidar com a SPP na sua graduação, 40% afirmaram não saber se existe alguma restrição para a prática de atividade física intensa para pacientes com SPP. Com relação à etiologia, 23% acreditam que o poliovírus é o responsável pela síndrome pós-poliomielite ao passo que 46% não souberam responder.

CONCLUSÃO:

Apesar da grande experiência profissional dos médicos entrevistados pelo presente estudo, nossos resultados revelam uma falta de conhecimento apropriado sobre a SPP. Possivelmente, esta falta de conhecimento sobre a SPP é devido ao fato da poliomielite paralítica ter sido esquecida pela comunidade médica como resultado da erradicação desta doença no Brasil e em grande parte dos países do mundo. É preciso lembrar, no entanto, que existem pessoas com sequelas de poliomielite que podem ser beneficiadas pela melhora do conhecimento de profissionais médicos sobre a doença. Portanto, programas e políticas públicas de conscientização desses profissionais devem ser elaborados tendo em vista que a perspectiva atual é de um contínuo aumento do número de casos de pessoas com a SPP. Adicionalmente, é importante que as Universidades incluam em suas matrizes curriculares disciplinas relacionadas com doenças neuromusculares e em especial com a SPP.



AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE ENTRE FISIOTERAPEUTAS

Jéssica Nathalia Soares Oliveira 1

Rodrigo Luiz Vancini 2

Luiz Fernando Peixinho-Pena 2

Marília dos Santos Andrade 2

Sandra Aparecida Benite-Ribeiro 1

Claudio Andre Barbosa de Lira 3

1. Setor de Fisiologia Humana, Universidade Federal de Goiás – UFG/Campus Jataí

2. Departamento de Fisiologia, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

3. Orientador - Setor de Fisiologia Humana, Universidade Federal de Goiás – UFG/Campus Jataí

INTRODUÇÃO:

A síndrome pós-poliomielite (SPP) é o termo usado para descrever os sinais e sintomas, tais como perda de força muscular, a atrofia e os problemas respiratórios que podem acometer pessoas que tiveram a poliomielite paralítica. O processo é caracterizado por uma piora lenta desses sinais e sintomas sendo, portanto, uma doença neuromuscular progressiva. Quanto ao critério diagnóstico, este requer uma abordagem clínica com caráter de exclusão de outras doenças neurológicas, ortopédicas, psiquiátricas ou mesmo de consequências associadas ao envelhecimento. O tratamento da SPP deve envolver uma equipe multiprofissional e visa atenuar os sintomas e a melhorar a qualidade de vida do paciente. Um dos principais problemas no tratamento é a falta de profissionais especializados dentre eles, o fisioterapeuta. Este profissional é formado para reabilitação relacionada a diversos sistemas fisiológicos como, por exemplo, os sistemas respiratório e muscular. Estima-se que existam, no Brasil, 20 milhões de pessoas vivas que foram acometidas pela poliomielite paralítica. Estudos revelam que aproximadamente 78% dos indivíduos que possuem histórico de poliomielite podem desenvolver a SPP. Assim, a avaliação do conhecimento de fisioterapeutas sobre a SPP é de grande importância.

METODOLOGIA:

Foi elaborado um questionário auto-administrável sobre a poliomielite e a SPP com 33 questões do tipo sim/não/não sei (15 questões sobre a poliomielite paralítica e 18 sobre a SPP). Além disso, existiam questões sobre a formação acadêmica do profissional, tais como, anos de estudo e maior titulação. O questionário foi respondido por 61 fisioterapeutas (11 homens e 50 mulheres) com idade média de 29,6 anos (mín-máx: 22–48 anos). Com relação à formação acadêmica, 51% possuíam somente a graduação, 37% especialização, 9% mestrado e 3% doutorado. Os profissionais tinham, em média, 5 anos de experiência. Para participação no estudo, os voluntários assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Todos os instrumentos de coleta e análise do presente estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFG e obedeceram a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde para procedimentos envolvendo seres humanos.

RESULTADOS:

Dos entrevistados, 23% responderam que o paciente não recupera, total ou parcialmente, a capacidade funcional, sendo que 7% desconhecem esse tópico; 44% já prestaram serviço para pessoas com sequela de poliomielite; 10% negaram que existe tratamento para a poliomielite e 18% não sabem se existe tratamento. Com relação à SPP, 31% nunca ouviram falar sobre a doença; 46% não tiveram informações sobre a SPP; 31% não sabem quais são as manifestações clínicas apresentadas por pacientes com SPP e 3% negaram que a nova fraqueza, fadiga e dores musculares e/ou articulares são as manifestações clínicas mais frequentes; 34% não souberam responder se a SPP é uma doença que acomete somente pessoas que no passado tiveram a forma paralítica da poliomielite e 47% responderam que essa afirmação é incorreta; 60% não souberam dizer se existe uma forma de tratamento para a SPP; 29% negaram que a SPP é uma doença neuromuscular progressiva de piora lenta de sinais e sintomas e 39% não souberam responder. Finalmente, 69% não tiveram acesso a informações de como lidar com a SPP na sua graduação; 21% responderam que não há restrição para prática de atividade intensa por pessoas com SPP e 36% não souberam responder sobre este tópico.

CONCLUSÃO:

Nossos resultados revelam uma falta de conhecimento sobre a SPP por parte dos fisioterapeutas avaliados no presente estudo. Possivelmente, este desconhecimento sobre a SPP é devido ao fato da poliomielite paralítica ter sido erradicada no Brasil e em grande parte dos países do mundo. É preciso lembrar, no entanto, que existem pessoas com sequelas de poliomielite paralítica, que ainda não desenvolveram a SPP, que podem ser beneficiadas pela melhora do conhecimento da doença por esses profissionais. Portanto, programas e políticas públicas de conscientização desses profissionais devem ser elaborados tendo em vista que a perspectiva atual é de um contínuo aumento do número de casos de pessoas com a SPP. Adicionalmente, a inclusão de disciplinas relacionadas a doenças neuromusculares e, em especial, a SPP nas matrizes curriculares dos cursos de graduação pode contribuir para a melhora do conhecimento sobre a doença entre os profissionais.










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