AVALIAÇÃO DO
CONHECIMENTO SOBRE A SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE ENTRE MÉDICOS
Hevelyn Savio Ferreira 1
Rodrigo Luiz Vancini 2
Marília dos Santos Andrade 2
Taíza Márcia de Almeida Alves 1
Sandra Aparecida Benite-Ribeiro 1
Claudio Andre Barbosa de Lira 3
1.
Setor de Fisiologia Humana, Universidade Federal de Goiás – UFG/ Campus Jataí
2. Departamento de Fisiologia, Universidade
Federal de São Paulo - UNIFESP
3. Orientador - Setor de Fisiologia Humana,
Universidade Federal de Goiás – UFG/ Campus Jataí
INTRODUÇÃO:
A síndrome pós-poliomielite (SPP) é o termo
usado para descrever os sinais e sintomas, tais como perda da força muscular e
atrofia, que podem acometer pessoas que tiveram a poliomielite paralítica, após
anos de estabilidade clínica. O processo é caracterizado por uma piora lenta
desses sinais e sintomas sendo, portanto uma doença neuromuscular progressiva.
Quanto ao critério diagnóstico da SPP, este requer uma abordagem clínica com
caráter de exclusão de outras doenças neurológicas, ortopédicas, psiquiátricas
ou mesmo consequências atreladas ao envelhecimento. O tratamento da SPP deve
envolver uma equipe multiprofissional e visa atenuar os sintomas e a melhorar a
qualidade de vida do paciente. Um dos principais problemas do tratamento é a
falta de profissionais especializados dentre eles, o médico. Portanto, a
avaliação do conhecimento sobre a SPP entre médicos pode fornecer informações
adicionais e contribuir para a melhoria do serviço prestado ao paciente.
Estima-se que existam no mundo 20 milhões de pessoas vivas que foram acometidas
pela poliomielite paralítica. Estudos revelam que por volta de 78% dos
indivíduos com sequela de poliomielite paralítica podem desenvolver a SPP. Assim,
a avaliação do conhecimento de médicos sobre a SPP pode ser de grande valia.
METODOLOGIA:
Foi elaborado um questionário auto
administrável sobre a poliomielite e SPP com 33 questões do tipo sim/não/não
sei (15 questões sobre a poliomielite paralítica e 18 sobre a SPP). As questões
versavam sobre a etiologia, diagnóstico e formas de tratamento. Além disso,
existiam questões sobre a formação acadêmica do profissional, tais como anos de
estudo e maior titulação. O questionário foi respondido por 30 médicos (25
homens e 5 mulheres) com idade média de 42,3 anos (mín-máx: 24–75 anos). Os
profissionais tinham, em média, 18 anos de experiência. Com relação à formação
acadêmica, 37% possuíam somente a graduação, 60% especialização completa e 3%
mestrado completo. Para a participação no estudo, os voluntários assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido. O presente estudo e seus
instrumentos de coleta e análise foram aprovados pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da UFG e estão de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional
de Saúde para procedimentos envolvendo seres humanos.
RESULTADOS:
Do total de entrevistados, 20% negaram que o
paciente após o quadro agudo da poliomielite pode recuperar total ou
parcialmente a capacidade funcional e 10% desconhecem essa questão; 63% já
prestaram serviço para pessoas com sequela de poliomielite, 33% negaram que
existe tratamento para a poliomielite e 13% não souberam responder. Sobre a
SPP, 43% nunca ouviram falar sobre a doença, 50% nunca tiveram informações
sobre a SPP; 43% não sabem sobre as manifestações clínicas da SPP; 47% não
souberam responder se a SPP é uma doença que somente acomete pessoas que no
passado tiveram a forma paralítica da poliomielite, ao passo que 17%
responderam que essa afirmação é incorreta; 47% não souberam dizer se existe
uma forma de tratamento eficaz para a SPP; 10% negaram que a SPP é uma doença
neuromuscular progressiva e 40% não souberam responder sobre esse tópico.
Adicionalmente, 83% não tiveram acesso a informações de como lidar com a SPP na
sua graduação, 40% afirmaram não saber se existe alguma restrição para a
prática de atividade física intensa para pacientes com SPP. Com relação à
etiologia, 23% acreditam que o poliovírus é o responsável pela síndrome
pós-poliomielite ao passo que 46% não souberam responder.
CONCLUSÃO:
Apesar da grande experiência profissional
dos médicos entrevistados pelo presente estudo, nossos resultados revelam uma
falta de conhecimento apropriado sobre a SPP. Possivelmente, esta falta de conhecimento
sobre a SPP é devido ao fato da poliomielite paralítica ter sido esquecida pela
comunidade médica como resultado da erradicação desta doença no Brasil e em
grande parte dos países do mundo. É preciso lembrar, no entanto, que existem
pessoas com sequelas de poliomielite que podem ser beneficiadas pela melhora do
conhecimento de profissionais médicos sobre a doença. Portanto, programas e
políticas públicas de conscientização desses profissionais devem ser elaborados
tendo em vista que a perspectiva atual é de um contínuo aumento do número de
casos de pessoas com a SPP. Adicionalmente, é importante que as Universidades
incluam em suas matrizes curriculares disciplinas relacionadas com doenças
neuromusculares e em especial com a SPP.
AVALIAÇÃO DO
CONHECIMENTO SOBRE A SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE ENTRE FISIOTERAPEUTAS
Jéssica Nathalia Soares Oliveira 1
Rodrigo Luiz Vancini 2
Luiz Fernando Peixinho-Pena 2
Marília dos Santos Andrade 2
Sandra Aparecida Benite-Ribeiro 1
Claudio Andre Barbosa de Lira 3
1. Setor de Fisiologia Humana, Universidade
Federal de Goiás – UFG/Campus Jataí
2. Departamento de Fisiologia, Universidade
Federal de São Paulo - UNIFESP
3. Orientador - Setor de Fisiologia Humana,
Universidade Federal de Goiás – UFG/Campus Jataí
INTRODUÇÃO:
A síndrome pós-poliomielite (SPP) é o termo
usado para descrever os sinais e sintomas, tais como perda de força muscular, a
atrofia e os problemas respiratórios que podem acometer pessoas que tiveram a
poliomielite paralítica. O processo é caracterizado por uma piora lenta desses
sinais e sintomas sendo, portanto, uma doença neuromuscular progressiva. Quanto
ao critério diagnóstico, este requer uma abordagem clínica com caráter de
exclusão de outras doenças neurológicas, ortopédicas, psiquiátricas ou mesmo de
consequências associadas ao envelhecimento. O tratamento da SPP deve envolver
uma equipe multiprofissional e visa atenuar os sintomas e a melhorar a
qualidade de vida do paciente. Um dos principais problemas no tratamento é a
falta de profissionais especializados dentre eles, o fisioterapeuta. Este
profissional é formado para reabilitação relacionada a diversos sistemas
fisiológicos como, por exemplo, os sistemas respiratório e muscular. Estima-se
que existam, no Brasil, 20 milhões de pessoas vivas que foram acometidas pela
poliomielite paralítica. Estudos revelam que aproximadamente 78% dos indivíduos
que possuem histórico de poliomielite podem desenvolver a SPP. Assim, a
avaliação do conhecimento de fisioterapeutas sobre a SPP é de grande
importância.
METODOLOGIA:
Foi elaborado um questionário
auto-administrável sobre a poliomielite e a SPP com 33 questões do tipo
sim/não/não sei (15 questões sobre a poliomielite paralítica e 18 sobre a SPP).
Além disso, existiam questões sobre a formação acadêmica do profissional, tais
como, anos de estudo e maior titulação. O questionário foi respondido por 61
fisioterapeutas (11 homens e 50 mulheres) com idade média de 29,6 anos
(mín-máx: 22–48 anos). Com relação à formação acadêmica, 51% possuíam somente a
graduação, 37% especialização, 9% mestrado e 3% doutorado. Os profissionais
tinham, em média, 5 anos de experiência. Para participação no estudo, os voluntários
assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Todos os instrumentos
de coleta e análise do presente estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da UFG e obedeceram a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde
para procedimentos envolvendo seres humanos.
RESULTADOS:
Dos entrevistados, 23% responderam que o
paciente não recupera, total ou parcialmente, a capacidade funcional, sendo que
7% desconhecem esse tópico; 44% já prestaram serviço para pessoas com sequela
de poliomielite; 10% negaram que existe tratamento para a poliomielite e 18%
não sabem se existe tratamento. Com relação à SPP, 31% nunca ouviram falar
sobre a doença; 46% não tiveram informações sobre a SPP; 31% não sabem quais
são as manifestações clínicas apresentadas por pacientes com SPP e 3% negaram
que a nova fraqueza, fadiga e dores musculares e/ou articulares são as
manifestações clínicas mais frequentes; 34% não souberam responder se a SPP é
uma doença que acomete somente pessoas que no passado tiveram a forma
paralítica da poliomielite e 47% responderam que essa afirmação é incorreta;
60% não souberam dizer se existe uma forma de tratamento para a SPP; 29%
negaram que a SPP é uma doença neuromuscular progressiva de piora lenta de
sinais e sintomas e 39% não souberam responder. Finalmente, 69% não tiveram
acesso a informações de como lidar com a SPP na sua graduação; 21% responderam
que não há restrição para prática de atividade intensa por pessoas com SPP e
36% não souberam responder sobre este tópico.
CONCLUSÃO:
Nossos resultados revelam uma falta de
conhecimento sobre a SPP por parte dos fisioterapeutas avaliados no presente
estudo. Possivelmente, este desconhecimento sobre a SPP é devido ao fato da
poliomielite paralítica ter sido erradicada no Brasil e em grande parte dos
países do mundo. É preciso lembrar, no entanto, que existem pessoas com
sequelas de poliomielite paralítica, que ainda não desenvolveram a SPP, que
podem ser beneficiadas pela melhora do conhecimento da doença por esses
profissionais. Portanto, programas e políticas públicas de conscientização
desses profissionais devem ser elaborados tendo em vista que a perspectiva
atual é de um contínuo aumento do número de casos de pessoas com a SPP.
Adicionalmente, a inclusão de disciplinas relacionadas a doenças
neuromusculares e, em especial, a SPP nas matrizes curriculares dos cursos de
graduação pode contribuir para a melhora do conhecimento sobre a doença entre
os profissionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário