Descrever aspectos clínicos e epidemiológicos da síndrome pós-poliomielite
(SPP) e fatores associados, bem como suas repercussões na capacidade funcional e
à sua gravidade. Métodos: Estudo descritivo de série de casos e fatores
prognósticos da SPP, em população de pacientes com diagnóstico de SPP
acompanhados no Ambulatório de Doenças Neuromusculares da Universidade Federal
de São Paulo. A definição de caso utilizada foi história prévia de poliomielite,
período de estabilidade funcional maior ou igual 15 anos, presença de nova
fraqueza muscular por período > 1 ano e a exclusão de outras enfermidades que
pudessem afetar a força muscular. A descrição da doença foi efetuada segundo
aspectos relativos ao tempo, espaço e pessoa. A associação entre formas graves e
exposições de interesse foi investigada pelas estimativas não ajustadas da "odds
ratio", com os respectivos intervalos de confiança de 95 por cento, usando
regressão logística não condicional. Resultados: Dos 132 casos de SPP estudados,
63,6 por cento eram do sexo feminino; a mediana da idade foi de 45,5 anos. A
mediana da idade da poliimielite aguda foi de 17 meses, do período de
recuparação funcional foi de 3,0 anos e do período de estabilidade funcional
33,7 anos; 50,4 por cento foram considerados graves. Mostraram-se
independentemente associados à gravidade: período de recuperação neurológica e
funcional máximo menor ou igual 4 anos (OR= 2,8;IC 95 por cento:1,2-6,7),
sequela crônica de dois membros (OR=3,6;IC 95 por cento:1,5-8,7) e ter residido
na época da poliomielite aguda em município com acesso a assistência médica de
maior complexidade (OR=2,5;IC 95 por cento:1,1-5,6). Conclusões: A alta
proporção de casos graves e as perdas funcionais dos pacientes com SPP no Brasil
indicam a necessidade de políticas públicas focalizando o problema.
Profª Drª Mônica Tilli Reis Pesso Conde
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