05 janeiro 2012

Síndrome pós-poliomielite: aspectos epidemiológicos e prognósticos

Descrever aspectos clínicos e epidemiológicos da síndrome pós-poliomielite (SPP) e fatores associados, bem como suas repercussões na capacidade funcional e à sua gravidade. Métodos: Estudo descritivo de série de casos e fatores prognósticos da SPP, em população de pacientes com diagnóstico de SPP acompanhados no Ambulatório de Doenças Neuromusculares da Universidade Federal de São Paulo. A definição de caso utilizada foi história prévia de poliomielite, período de estabilidade funcional maior ou igual 15 anos, presença de nova fraqueza muscular por período > 1 ano e a exclusão de outras enfermidades que pudessem afetar a força muscular. A descrição da doença foi efetuada segundo aspectos relativos ao tempo, espaço e pessoa. A associação entre formas graves e exposições de interesse foi investigada pelas estimativas não ajustadas da "odds ratio", com os respectivos intervalos de confiança de 95 por cento, usando regressão logística não condicional. Resultados: Dos 132 casos de SPP estudados, 63,6 por cento eram do sexo feminino; a mediana da idade foi de 45,5 anos. A mediana da idade da poliimielite aguda foi de 17 meses, do período de recuparação funcional foi de 3,0 anos e do período de estabilidade funcional 33,7 anos; 50,4 por cento foram considerados graves. Mostraram-se independentemente associados à gravidade: período de recuperação neurológica e funcional máximo menor ou igual 4 anos (OR= 2,8;IC 95 por cento:1,2-6,7), sequela crônica de dois membros (OR=3,6;IC 95 por cento:1,5-8,7) e ter residido na época da poliomielite aguda em município com acesso a assistência médica de maior complexidade (OR=2,5;IC 95 por cento:1,1-5,6). Conclusões: A alta proporção de casos graves e as perdas funcionais dos pacientes com SPP no Brasil indicam a necessidade de políticas públicas focalizando o problema.

Profª Drª Mônica Tilli Reis Pesso Conde

Nenhum comentário:

Postar um comentário