Para aqueles não familiarizados com o assunto, devo esclarecer que a
vacina contra a poliomielite estava operacional em 1955, desenvolvida por Jonas
Salk, no início da década de 1950, e que foi capaz de reduzir drasticamente o
número de casos clínicos nos países em que foi empregada, não chegou a ser
utilizada em ampla escala no Brasil. Na época, os altos custos e as
dificuldades operacionais para aplicação em larga escala de produto injetável
acabaram adiando o uso da vacina entre nós. No final da mesma década, iria
surgir a vacina oral, criada principalmente por Albert Sabin. As vacinações
sistemáticas contra a poliomielite foram introduzidas na rotina dos serviços de
saúde pública do Brasil, em 1960, na cidade de Petrópolis (RJ). Nesse plano
piloto, foi utilizada apenas a vacina monovalente, contendo o sorotipo 1,
seguida de duas doses trivalentes (sorotipos 1, 2 e 3). Tal esquema de
vacinação não foi adotado posteriormente, preferindo-se usar apenas vacinas
trivalentes. Os programas de imunização não tiveram, entretanto, a abrangência
e a continuidade necessárias para o controle da doença, o que resultou na
permanência da poliomielite como um importante problema de saúde pública no
país (Meilman et alii, 1988).
Condenado estas pessoas atingidas pela pandemia a uma negligência que
resultou em 63% de vitimas infectadas com o vírus da pólio, um descuido que
qualquer um que tenha o bom senso deve se sentir envergonhado, uma vacina
simples poderia ter evitado a transmissão á estas pessoas que foram afetadas
entre os anos de 1968/1980, este período é a mais alta taxa de infecção,
condenando milhares de indivíduos e suas famílias a sofrer os efeitos da
poliomielite, a nossa Pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída
em tenebrosas transações.
A grande mídia nacional esta calada a mais de 30 anos em referencia a
denuncia feita pelo professor Albert Sabin. A acusação foi feita em entrevista
concedida por Sabin no Ministério da Saúde, em Brasília, na presença dos
ministros Valdir Arcoverde e Jair Soares, da Saúde e da Previdência Social, em
04 de março de 1980 (Publicado na Folha de São Paulo, quarta-feira, 5 de março
de 1980).
“O professor Albert Sabin”, descobridor da vacina contra a
poliomielite, acusou ontem o governo do ex-presidente Garrastazu Médici de ter
manipulado dados referentes às condições de saúde no Brasil, no período entre
1969 e 1973, principalmente os relacionados a surtos epidemiológicos.
O cientista, que nos últimos 20 anos esteve diversas vezes no País
para observar a situação da poliomielite e outras doenças epidemiológicas,
disse que "os relatórios encaminhados à Organização Mundial de Saúde
apresentavam estatísticas duvidosas, o que somente agora eu posso
confirmar".
Segundo o cientista, com base nesses relatórios, as autoridades
sanitárias mundiais tinham a poliomielite como doença extinta em território
brasileiro a partir de 1973. "Os números notificados entre os anos de 1969
e 1973 apontavam uma redução da poliomielite da ordem de 86 por cento, fato
somente conseguido em nações desenvolvidas da Europa e nos Estados Unidos; essa
redução, porém, era incorreta", declarou Sabin.
Ouvidos ontem, os ex-ministros da Saúde do governo Médici, Rocha Lagoa
e Mário Machado de Lemos, procuraram refutar as acusações. Rocha Lagoa, que
ocupou o cargo até 1972, afirmou, em Petrópolis, que o cientista "talvez
tenha se equivocado com as datas". Machado de Lemos, que foi ministro de
1972 a 1974, negou que o Ministério da Saúde tenha divulgado, nesse período,
que a poliomielite estava controlada no País.
Governo Médici acusado de ocultar poliomielite.
O governo do general Garrastazu Médici manipulou os dados referentes à
saúde no Brasil, principalmente os que diziam respeito a surtos
epidemiológicos, revelou ontem o cientista Albert Sabin. Segundo ele, que nos
últimos 20 anos esteve no Brasil estudando casos de poliomielite e outras
doenças epidemiológicas, "os relatórios encaminhados à Organização Mundial
de Saúde apresentavam estatísticas duvidosas, o que somente agora eu posso
confirmar".
Em companhia dos ministros Valdir Arcoverde, da Saúde, e Jair Soares,
da Previdência Social, Albert Sabin observou que as autoridades sanitárias
mundiais tinham a poliomielite como extinta em território brasileiro a partir
de 1973. Naquela época, foram ministros da Saúde os sanitaristas Rocha Lagoa e
Machado de Lemos.
No encontro com os jornalistas, quando foi anunciado o "Dia
Nacional de Vacinação"- 14 de junho -, o cientista acentuou que "os
números notificados entre os anos de 1969 a 1973 apontavam uma redução da
poliomielite da ordem de 86 por cento, fato somente conseguido em nações
desenvolvidas, como os Estados Unidos e países europeus; essa redução, porém,
era incorreta".
Afirmando que "não entrarei no mérito da questão, pois é um
assunto que não me diz respeito", Albert Sabin acrescentou que um estudo a
ser desenvolvido brevemente nos escolares que nasceram entre 69 e 73 no Brasil
"comprovará que a poliomielite não estava sob controle". A pesquisa,
autorizada pelo ministro Valdir Arcoverde, apontará o que ele considera
"poliomielite irresponsável", isto é, crianças com defeitos físicos
que poderiam ter sido evitados se o governo "levasse a sério naquela
época, como o quer agora, o assunto poliomielite".
Isso pode soar para o passado, mas a realidade é que quarenta e oito
anos se passaram e as pessoas afetadas ainda não são adequadamente tratados.
Com o advento do governo democrático não tomou qualquer ação corretiva para os
sobreviventes da pólio. Os indivíduos afetados têm agora uma nova doença
denominada síndrome pós-poliomielite, este é lentamente progressiva e
incapacitante. Na revista The Lancet (2004/01/01) Xavier Bosch disse:
Representantes de pacientes com síndrome pós-pólio (SPP) reuniu a 12 de
Novembro [de 2003] no Parlamento Europeu, em Bruxelas, em resposta a
transtornos entre os profissionais de saúde e políticos. Na reunião, que foi
apoiada por 20 deputados, as organizações concordaram com a criação da pólio
União Europeia para obter o reconhecimento e financiamento da comissão do
Parlamento Europeu. Estima-se 250.000 pacientes com SPP na Europa e 20 milhões
no mundo inteiro.
Embora a Organização Mundial de Saúde declarasse o Brasil livre da
poliomielite, do outro lado da moeda é poucos profissionais de saúde, na
prática, tenham visto algum caso de poliomielite aguda.
Na reunião realizada no Japão em 2005, o Brasil apresentou uma
proposta de mudança para os pacientes que sofrem da síndrome pós-poliomielite
"SPP", é essencial que esta, seja reconhecida como uma entidade de
doença nova e a disponibilidade de uma classificação especificada na CID-10
para a aplicabilidade da assistência jurídica e social.
Considera-se que a síndrome pós-poliomielite é um quadro clínico
incurável, irreversível relacionados com a disfunção progressiva das unidades
motoras, não pode e não deve ser classificado como uma sequela de poliomielite.
The Aftermath (ver dicionário / dicionário). No CID-10 poliomielite é prevista
nos Códigos: A-80; A-80.0; 80,1 A-; A-80.2; A-80-3; A-80,4; 80,9 A e B-91, por
isso não é possível classificar a síndrome pós-poliomielite como uma doença
definida nessas categorias.
Após a reunião anual da Revisão e Atualização da Organização Mundial
de Saúde, realizada em Nova Déli, durante o mês de Outubro de 2008, a
Classificação Internacional de Doenças, versão 10 (CID-10), concedeu um lugar
especial Síndrome Pós-Poliomielite (SPP), classificando-o no âmbito do
"G14" e excluído do código B91 (sequela de poliomielite), e
tornando-se parte das doenças do sistema nervoso central.
Mais uma vez estamos nas mãos de nosso destino, talvez seja uma
questão muito complexa para lidar com isso.
Se um político ou jornalista não concorda com o refletido aqui, eu
convido você para discutir o assunto abertamente.
Saudações
Nilson R dos Santos
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